AFONSO TOSTES E ANDRÉ SOUSA | LUCIANA BRITO GALERIA

Duas exposições individuais inauguram a programação 2023 da Luciana Brito Galeria. Pela primeira vez na galeria, o mais novo artista representado Afonso Tostes apresenta “Ajuntamentos”, com um conjunto de obras inéditas. Já na Sala Modernista, a galeria traz Pince-nez, primeira mostra individual do artista português André Sousa no Brasil, como parte do programa Artista Visitante.

  •  São Paulo
  •  04/02/23 à 11/03/23
  •  Abertura: 04/02/23 às 12:00h
  •  Terça-feira, Quarta-feira, Quinta-feira, Sexta-feira, Sábado
    Sábado, das 11h às 17h
  •  Av. 9 de julho, 5162

Duas exposições individuais inauguram a programação 2023 da Luciana Brito Galeria. Pela primeira vez na galeria, o mais novo artista representado Afonso Tostes apresenta “Ajuntamentos”, com um conjunto de obras inéditas. Já na Sala Modernista, a galeria traz Pince-nez, primeira mostra individual do artista português André Sousa no Brasil, como parte do programa Artista Visitante.

Afonso Tostes – Ajuntamentos

A madeira representa um elemento importante na investigação de Afonso Tostes. No inicio, servia como material barato e fácil de encontrar, uma vez que ele utilizava as madeiras encontradas pela cidade. Com o tempo, a madeira foi encontrando um lugar fundamental no desenvolvimento da pesquisa, não apenas por sua representatividade formal, mas também pelas suas características tridimensionais e possibilidades quando relacionadas ao espaço. Para Ajuntamentos, sua primeira exposição na Luciana Brito Galeria, o artista reúne cerca de dez obras inéditas em madeira, entre esculturas e pinturas-objetos, resultado de seu mais recente trabalho em estúdio.

Apropriando-se de pedaços de troncos encontrados, o artista produziu cinco grandes esculturas que fazem uma alusão às arvores em seu estado natural. Na exposição, elas ocupam a superfície do espaço expositivo, assim como num jardim de árvores em desequilíbrio. Cada peça se apresenta posicionada sobre sua própria base, mas de maneira instável, como se com esse gesto fosse possível reviver ou remontá-la – uma lembrança fragmentada do que um dia já foi. Essa estrutura é apoiada por peças esculpidas, chamadas pelo artista de “bengalas”, ou seja, peças que se mostram frágeis visualmente, mas que carregam em sua poética o apoio e a segurança no próprio desequilíbrio dos troncos.

Nas paredes do mesmo espaço, Afonso Tostes reúne outras cinco pinturas da série “Reforma” (2022), produzidas a partir do pó de madeira, resultado do lixamento das esculturas. As diversas cores presentes nessa série são provenientes das madeiras lixadas e trabalhadas na construção das esculturas. A estrutura geométrica dessas obras segue a mesma poética recente presente nas novas esculturas de troncos, a partir de um processo experimental realizado pela primeira vez. Além disso, uma outra grande escultura, “Varal” (2022-2023), está localizada na área externa à sala. Trata-se de uma instalação que foi pensada durante uma viagem pelo Brasil, inspirada nos varais das comunidades ribeirinhas das quais visitou. Esse “varal” funciona como uma linha do tempo em construção, que vai reunindo pequenos objetos representativos dos processos de pesquisa do artista.

André Sousa – Pince-nez

A pesquisa de André Sousa explora os artifícios da pintura num campo expandido da prática artística. Pince-nez, sua primeira exposição individual no Brasil, reflete a essência da pesquisa do artista português nos últimos anos, principalmente por meio da instalação site-specific homônima, peça chave da mostra. A obra foi pensada para a sala de estar da antiga residência, travando um diálogo direto com a arquitetura modernista de Rino Levi. O título Pince-nez foi inspirado neste objeto marcante utilizado pelo personagem Quaresma no romance “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto. Na obra, tão necessário quanto antiquado, o pince-nez caracteriza simbolicamente o personagem, que vive o dilema de uma cultura em decadência. André Sousa estabelece uma relação entre essa transição de paradigmas e as movimentações nomáticas ou migratórias, lembrando a importância da sociedade junto aos fornos comunitários das aldeias (também do interior de Portugal), que se esvaziavam rumo às grandes cidades. Pince-nez (2022-23), localizada próxima a lareira da Sala Modernista, carrega justamente a subjetividade de espaço comunitário e agregador, convocando línguas mortas, borboletas e pétalas de flores raras.

A pesquisa de André Sousa explora os artifícios da pintura num campo expandido da prática artística. Pince-nez, sua primeira exposição individual no Brasil, reflete a essência da pesquisa do artista português nos últimos anos, principalmente por meio da instalação site-specific homônima, peça chave da mostra. A obra foi pensada para a sala de estar da antiga residência, travando um diálogo direto com a arquitetura modernista de Rino Levi. O título Pince-nez foi inspirado neste objeto marcante utilizado pelo personagem Quaresma no romance “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto. Na obra, tão necessário quanto antiquado, o pince-nez caracteriza simbolicamente o personagem, que vive o dilema de uma cultura em decadência. André Sousa estabelece uma relação entre essa transição de paradigmas e as movimentações nomáticas ou migratórias, lembrando a importância da sociedade junto aos fornos comunitários das aldeias (também do interior de Portugal), que se esvaziavam rumo às grandes cidades. Pince-nez (2022-23), localizada próxima a lareira da Sala Modernista, carrega justamente a subjetividade de espaço comunitário e agregador, convocando línguas mortas, borboletas e pétalas de flores raras.


Abertura: 04 de janeiro de 2023 das 12h às 17h
Visitação: até 11 de março de 2023
Local: Luciana Brito Galeria - Av. Nove de Julho, 5162
Website: www.lucianabritogaleria.com.br
Horários: segunda, 10h às 18h | terça a sexta, 10h às 19h | sábado, 11h às 17h
Informações: Tatiana Gonçales
Whatswhapp (11) 98114-4103