
JAPÃO DO ANTIGO AO CONTEMPORÂNEO
A mais nova exposição da Galeria Ricardo Von Brusky, apresenta um conjunto de obras únicas do século XIV ao século XXI sobre o Japão.
CURADORIA POR ANA CAROLINA RALSTON
“Nós, orientais, criamos sombras em
qualquer lugar e, em seguida, a beleza”
Em louvor da sombra, Junichiro Tanizaki

Logo na entrada da exposição, os olhos dos visitantes são levados a uma impactante galeria de armaduras de samurais de épocas distantes, que transitam entre os séculos XVI ao início do XIX. As composições originais de coleção particular remontam a história destes personagens históricos, guerreiros de poderosos clãs do Japão feudal, que até hoje povoam o imaginário oriente-ocidente. Entre as relíquias que compõem a mostra está um biombo do Período Edo (1603–1868), pelo qual também é possível revisitar a lenda do samurai sem cabeça, associado ao célebre guerreiro Taira no Masakado. Tido como o primeiro samurai, Masakado viveu no Período Heian (795-1185) e liderou uma das famosas rebeliões contra o governo central de Kyoto. Espadas e punhais datados do século XIV a XVIII compõe este ambiente da mostra, rodeando os visitantes por objetos usados em combatentes à época.


Era o ano de 1936. Tomie Ohtake (1913-2015) desembarcava em terras brasileiras, mais especificamente no Porto de Santos, em São Paulo, poucos anos antes da Segunda Guerra Mundial. A Europa e a Ásia já apresentavam seus primeiros sintomas do forte embate que estava por vir e a futura artista foi enviada pela família em visita ao irmão, que já morava no país tropical. Ao colocar os pés em solo nacional, a sensação foi imediata: “Tudo era amarelo, até o gosto”, relembrou ela ao descrever a paisagem que encontrou ao sair do navio. Não à toa, a cor amarela, e, em seguida, a vermelha, tão temidas por pintores de vanguarda da época, tornaram-se frequentes em suas telas. São dela duas das obras que compõem agora a exposição “Japão: do antigo ao contemporâneo”, em cartaz na Galeria Ricardo Von Brusky, em São Paulo.

As linhas criadas por Tomie Ohtake funcionam como um elo potente que interliga os dois âmbitos que compõem a mostra vigente, o antigo e o contemporâneo, acessados por gêneros distintos que vão da gravura à pintura, passando por variadas formas do tridimensional. Os materiais utilizados na produção artística exibida nas salas da galeria, localizada no Jardim Paulista, são tão presentes na cultura japonesa quanto diversos. Vão do aço e metal às cerâmicas, passando por lápis e tintas, pinceladas por nisseis e sanseis que guardam a marca e a cultura arraigadas em sua ancestralidade.
Entre o período moderno e contemporâneo da produção japonesa e nipo-brasileira foram reunidos artistas que, assim como Tomie Ohtake, norteiam a produção pictórica, seja pelo primoroso estudo de cores ou pelo rigor de seu traço e pesquisa, como Tadashi Kaminagai (1899-1982), Manabu Mabe (1924-1997), Tikashi Fukushima (1920-2001), Tomoshige Kusuno e Flavio-Shiró.




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SÃO PAULO – SP, CEP: 01427-000
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SOBRE A GALERIA
Além dos tradicionais leilões de arte antiga, moderna e contemporânea, a sede foi ampliada com o objetivo de proporcionar uma experiência singular a seus visitantes.
Em um único espaço, o público poderá conferir exposições e instalações, além de projetos, cursos e palestras de arte, gastronomia e lifestyle.
Por fim, temos um serviço de assessoria único para os mais diferentes tipos de colecionadores, dos mais novos aos mais experientes.
A Galeria tem como fundador Ricardo Von Brusky, empresário, colecionador e há mais de 35 anos atuando no mercado de arte.
Especializado em arte oriental, colonial brasileira, moderna e participa com sua equipe das maiores tendências da arte contemporânea.

