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Eleonora Fabião na Bienal :

Onde ver:
Faz escuro mas eu canto
Exposição coletiva
04 Set — 05 Dez 2021
local : Pavilhão da BienalParque Ibirapuera, portão 3, Vila Mariana, São Paulo - SP
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SOBRE A ARTISTA: Eleonora Fabião é uma artista que realiza ações.
Desde 2008 performa nas ruas. Se interessa por poéticas e éticas do estranho, do encontro e do precário. Trabalha com matérias diversas: humanas e não-humanas, visíveis e invisíveis, leves e pesadas, estético-políticas.
Trabalha com perguntas: que ações geram as cidades em que queremos viver? O que somar ao nosso mundo hoje? Que atos? Que imagens? Que imaginários? Que modos relacionais? Que modos de produção? O trabalho se pergunta e nos pergunta: o que queremos que arte seja e o que queremos que arte mova hoje?

Fabião realiza suas atividades – performar, pesquisar, escrever e ensinar – de modo integrado e compreende todas como dimensões de sua prática artística. Considera escrever uma das experiências psicofísicas mais impressionantes que conhece, experimenta a sala de aula como um espaço performativo privilegiado, vivencia as ações nas ruas como formas únicas de conhecimento e de pensamento, e compreende conceitos e teorias como fontes de energia para seguir investigando e inventando cidade, arte, universidade e escrita.
O trabalho mais emblemático de Fabião talvez seja aquele que se chama justa- mente Linha e vem se realizando desde 2010. A artista pediu a uma conhecida para marcar um encontro com alguém que ela não conhecesse e lhe fornecesse apenas data, horário e local. Sem saber nem mesmo o nome da pessoa que a receberia em sua casa, Fabião levava café, chá e açúcar brasileiros (ela residia em Nova Iorque, naquele momento). Durante o encontro a artista e essa pessoa deveriam descobrir/criar uma ação que ambas quisessem realizar juntas. O segundo encontro seria então fixado, e antes dele seriam tomadas as providências necessárias para o trabalho planejado. Uma vez executada a ação, o colaborador seria solicitado a escolher um conhecido seu e marcar com ele novo encontro para a artista – de modo que a linha vá se traçando de uma a outra pessoa, de um a outro ponto no espaço e no tempo, em um ziguezague virtualmente infinito.
A motivação da artista não é fazer amizade com cada colaborador de Linha, mas formar um pacto que permita que duas pessoas cheguem a ações como mergulhar de mãos dadas nas águas geladas do rio Hudson ou “plantar” um pé de figo na barriga de uma delas, no deck do ferry-boat que liga Manhattan a Staten Island. Desconfio, porém, que a ação nela mesma não seja o mais importante para Fabião. O estranho convite a conceber uma ação conjunta é a senha de abertura de um uni-verso habitualmente mantido em segredo e raramente compartilhado: aquele dos devaneios, das loucas fantasias de cada um. O projeto de ação é, assim, uma espécie de isca para chegar a outra coisa ainda mais importante: aquilo que Fabião chama “circulações afetivas”. Entre palavras e corpos, gestos e sonhos, elas levariam a uma passagem, a uma transformação: a um “passe”, como diz a artista. Algo passa e se transmite entre as pessoas em jogo, e é isso, justamente, que deve se materializar em uma ação conjunta e vivida como uma espécie de celebração de tal acontecimento. A performance se redefine, então, para Fabião, como um “passe performativo”.
BIO:
É professora da Pós-Graduação em Artes da Cena (coordenadora da linha de pesquisa Experimentações da Cena: Formação Artística) e do Curso de Direção Teatral, Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro. É Doutora em Estudos da Performance (New York University), Mestre em Estudos da Performance (New York University) e Mestre em História Social da Cultura (PUC-RJ).
Em 2011, Fabião recebeu o prêmio Funarte Artes na Rua para desenvolver o projeto “25 Postais para o Rio”, um trabalho de arte de correio. Em 2014, recebeu o apoio do Programa Rumos Itaú Cultural para desenvolver o “Projeto Mundano”, uma série de ações de rua e a elaboração do livro AÇÕES – também com versão em inglês, ACTIONS (Rio de Janeiro: Tamanduá Arte, 2015).
Eleonora Fabião foi indicada ao Prêmio PIPA 2017.

