O memorial ‘Verônica Tembé‘ é o primeiro espaço dedicado exclusivamente à promoção, valorização e difusão da cultura material e imaterial dos povos indígenas no Pará

CLICK PARA VER A MATÉRIA ORIGINAL : O LIBERAL | João Thiago Dias / Com informações da Agência Pará11.01.21

Foi inaugurado na manhã desta segunda-feira (11), em Belém, o primeiro espaço dedicado exclusivamente à promoção, valorização e difusão da cultura material e imaterial dos povos indígenas no Pará: Memorial Verônica Tembé, que está localizado na área da antiga Casa da Mata, no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna. Dentre as presenças na solenidade de inauguração: o governador do Pará, Helder Barbalho; o vice-governador, Lúcio Vale; a Secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, dentre outras autoridades. A Casa da Mata foi projetada em 1994 pelo arquiteto Milton Monte. Com a requalificação, o nome do espaço se torna uma homenagem à Verônica Tembé – Hai Rong Tuihaw, primeira cacica dentre os Tembé-Tenetehara, que atuou como notável articuladora política e rendeu-lhe o reconhecimento como uma das mais importantes lideranças indígenas da Amazônia paraense, contribuindo diretamente para a consolidação de outras lideranças femininas.

Ascom / Secult
A primeira mostra apresenta peças pertencentes ao acervo do antigo “Centro de Valorização do Saber Indígena, Museu do Índio” (Ascom / Secult)

Nascida na aldeia do Cocal, região do Gurupi, em 1917, foi responsável por reunir os Tembés, então dispersos pela região, em torno de um novo assentamento, a aldeia Teko Haw, a partir da qual atuou de maneira incansável pela preservação da identidade Tenetehara. Grande conhecedora da medicina tradicional e da história deste povo, durante décadas foi responsável pela organização das festas e pelo aprendizado dos mais jovens, ensinando a cosmologia e a língua. A militância foi essencial para a homologação da Terra Indígena do Alto Rio Guamá (TIARG), em 1993.

Primeira mostra

Como primeira mostra, o espaço apresenta peças pertencentes ao acervo do antigo “Centro de Valorização do Saber Indígena, Museu do Índio” – que existiu em Santarém -, atualmente sob a salvaguarda do Sistema Integrado de Museus. A coleção, hoje constituída de mais de 1800 itens, foi catalogada e vem sendo restaurada pelo Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) do Pará. Nas oito vitrines do memorial, 168 objetos refletem os hábitos, costumes e saberes de diversas etnias que residem na região amazônica.

De acordo com o diretor do SIMM e curador da exposição, Armando Sobral, o Memorial é um espaço voltado para a difusão e fortalecimento da cultura indígena do estado do Pará e da Amazônia, de maneira geral. “São 168 itens de um acervo de 1700 peças que constituem o acervo do índio, que hoje está sob a guarda do sistema integrado de museus. E como projeto, ele é um projeto pioneiro e que vem a ser um trabalho que se pretende difundir pelo estado como uma política também de salvaguarda e de fortalecimento da cultura indígena aqui no estado do Pará”, explicou.