
Poética do Desconhecido
Hoje trago o meu texto como curadora da exposição Poética do Desconhecido da artista Heli Freireg para que possam previamente pensar sobre o que virão no Museu Histórico do Parque da Cidade, na Gávea. A visitação começou dia 3 de junho e ficará até o dia 13 de agosto de 2023. Esperamos todos lá!

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A visualidade costuma seguir as discussões do circuito de arte, e as apreensões históricas de um tempo são sentidas pelos artistas que estão envoltos nela. Problematizar uma série de aspectos que condicionam o nosso modo de pensar histórico é uma das chaves interpretativas mais potentes. O título da exposição segue essa direção.
Retirado de um dos trabalhos de Heli Freireg, faz emergir não só as zonas de penumbra entre a história e a memória, como a recusa da artista a um tempo sombrio e pouco afetivo. As cores, a areia, o tecido bordado, entre outras adições nas telas, são formas de enfrentamento. Toda matéria é significativa do diálogo que a artista mantém com a história da arte. Se a datação de uma forma de fazer arte é catalogada, todo o entorno especializado reconhece o seu aspecto museal, mesmo que o grande público frua de forma livre.
Desconhecer pode ser uma das saídas para se lançar num outro momento de apreensão estética, no incomensurável prazer de estar vivo diante dos trabalhos de arte, pois muitas são as amarras que nos condicionam ao mundo da técnica e aos produtos pouco afeitos à troca de expectativas.
A poética que constitui um determinado modo de fazer arte é mais fácil de ser compreendida quando os traços significativos dos artistas parecem sempre como trilhas para levar os espectadores aos caminhos pretendidos. Juntos, poética e desconhecimento são mais do que letras, são novos lugares a serem percorridos.
ALINE REIS | 13 junho 2023

