Perguntas para os artistas

“A resposta autêntica é sempre vinda da pergunta” (Blanchot)

O que tem de sonho no seu trabalho?

Todas as motivações são derivadas das questões psicológicas?

Entre você e o mundo, entre você e o seu trabalho, há algo que esteja “entre” ou você se mistura com o seu trabalho?

Quais as visualidades te chamam a atenção quando passa na rua? É a rua o lugar mais significativo da sua “inspiração”?

Quando você coloca o ar para dentro do pulmão, o que enxerga como um objetivo a ser alcançado na arte?

“Aquilo em que o ocorrido encontra o agora num lampejo, formando uma constelação” (Benjamin)

O que ocorre quando vislumbra um trabalho de arte?

Há algum horizonte que você enxerga quando relaciona seus trabalhos?

Se os trabalhos formassem uma constelação, qual seria?

O uso do plástico nos trabalhos mostra a aderência a um tempo que não tem como se livrar do lixo produzido ou uma nostalgia do século passado?

Qual o ritmo que você quer alcançar com o seu trabalho? Os das máquinas, os ritmos internos do corpo, o da transcendência?

Trabalhar com material inorgânico é sempre lido na sociedade na chave da reciclagem. O que te motiva para incluí-lo na visualidade do seu trabalho?

Seus desenhos são a busca de um espaço interior ou são a música do mundo?

O que você desloca quando faz suas esculturas, assemblages…?

Como você vê as outras superfícies (os trabalhos das outras artistas da exposição) quando se aproximam do seu trabalho?

Para além da dissociação entre palavra e coisa, cinema e artes visuais há algum núcleo duro que subjaz a toda a sua poética que possa ser visualizado pelo espectador?

Ao pisar o chão da contemporaneidade, você empresta a sua leveza aos trabalhos sempre de forma a querer a desorientação do espectador?

ALINE REIS | 6 junho 2023