História

​Por que a história é relevante para compreender a arte contemporânea? Utilizando um trecho da obra Objeto Ansioso de Harold Rosenberg podemos dar uma resposta satisfatória: “A consciência da história da arte de nosso tempo e é a chave para entendermos o que acontece nas galerias de Nova York Los Angeles, Paris, Varsóvia, Tóquio. Afeta não só o status objetivo das novas obras, as condições sob as quais são avaliadas e adquiridas, mas também os impulsos que levam à sua realização e seu significado estético: em suma, o que as qualifica como obras de arte. Em todas as épocas, o senso de tradição governou as reações dos artistas e do público (…) assim como a consciência histórica é para a pintura e escultura modernas tão palpável quanto as formas ou temas.”

​O livro escrito nos anos 60 ainda continua a ser uma indicação de leitura e ainda faz sentido para teóricos e especialistas. Contemplar o tempo histórico é essencial para entender o movimento que os artistas fazem, mesmo que nem só de racionalidade viva o circuito.

Pesquisar um campo como da arte contemporânea costuma revelar códigos e critérios que em nada amortecem as inquietações e as contaminações que sofremos das várias linhas de pensamento que queremos enveredar. As encruzilhadas tanto teóricas quanto visuais apontam caminhos. Nelas observamos as várias leituras e imagens que perfazem horizontesprenhes de enunciados.

Nosso corpo além de estar sempre em prontidão, deve estar up to datecom o momento histórico, mesmo que perceba que a guerra das narrativas quase sempre traduzem o querer dos grupos hegemônicos, onde tudo é poder, vaidade, mercado e legitimação social, entre outros. Nesse torvelinho de forças centrifugamos nosso desejo e tempo. Não há saída. A história parece ser ainda uma antiga companheira.

ALINE REIS | 25 outubro 2022