Uma experiência inovadora que associa arte e ciência circula pelas ruas do Rio: é o Busão, na verdade um caminhão de 15 metros adaptado para receber projetos de artes visuais e experimentos interativos de abordagem científica.



O BUSÃO das Artes é um projeto itinerante de ciências e meio ambiente que mostra como o mundo microscópico pode ser entendido e vivenciado através da arte contemporânea.

O BUSÃO fez sua primeira parada na Praça Santos Dumont no bairro da Gávea, se despedindo deste bairro no dia 17 de dezembro. O BUSÃO Arte e Ciência têm a Curadoria de Luiz Oliveira e Marcello Dantas. Luiz Oliveira é Filósofo e Físico e foi Curador do Museu do Amanhã e Marcello Dantas um Curador Carioca que tem trabalhos envolvendo arte e tecnologia em diversos suportes e formas ao redor do mundo.
O BUSÃO é um Projeto de CIÊNCIAS E ARTE e conta com a Lei de Incentivo da Cultura, além de diversos Patrocínios.
O Projeto tem uma vertente Educativa bem expressiva, com a Produção de Luiza Mello, Marisa Mello, Mariana Mello e Julia Rebello.
Nesses dois meses que o BUSÃO estacionou na Praça Santos Dumont o museu foi visitado pelo público em geral e por diversas Escolas Públicas e Privadas. O público é recebido pela Supervisora Iby Montenegro que tem formação em biologia e conta com uma equipe de educadores sendo eles: Alice Ferreira Machado, Edem Lis, Laís pinheiro, Liz Martins, Lola Bernardes e Pablo Marcelina. A equipe é multidisciplinar tendo historiadores, biólogos e outros.
A exposição tem atrações internas e externas.
No interior temos uma exposição dos UMBIGOS do Vick Muniz que levanta a abordagem de considerar nossos umbigos uma forma de sermos reconhecidos assim como nossa impressão digital.
Outra atração peculiar é a obra MERDA do artista Piero Manzoni. E nesta data, como estava chovendo, excepcionalmente temos os Cilindros Coloridos com perguntas sobre o tema da exposição para instigar os frequentadores, sendo eles crianças ou não.


E por fim contamos com as incríveis telas interativas que nos informam com precisão a quantidade e localização de “OUTROS” microrganismos, que temos no nosso corpo.
Na parte externa temos uma interpretação dos MICÉLIOS feita pelo artista Jaider Esbell e PIKAIAS que são uma releitura dos Chicletes PLOC feitas pelo Walmor Corrêa.


Obs: Foi uma escolha de Liesel Rosas, utilizar as fotografias contendo textos explicativos da Proposta e Apresentação da Exposição.
ENTREVISTAS EM ÁUDIO







Essa é uma matéria de divulgação dessa inusitada exposição. As próximas paradas do BUSÃO são Parque Madureira e Praça Mauá, nos meses de janeiro e fevereiro de 2022.
As fotos e informações aqui citadas são a partir da visita da Curadora Liesel Rosas, além da pesquisa ao Instagram @busaodasartes e no site
https://www.busaodasartes.com.br
Foram feitas gravações de áudios com as educadoras Liz Martins e Edem Lis sobre as obras de, Walmor Corrêa e Vick Muniz.
Busão das Artes
Início: 30 de novembro de 2021
Encerramento: 24 de fevereiro de 2022
Horário de funcionamento: das 9h às 17h
Horários das visitas agendadas: das 9h às 11h e das 15h às 17h
APRESENTAÇÃO
Somos indivíduos humanos. Temos
aspectos em comum - a disposição
dos membros no corpo, a postura
ereta, a destreza de mãos e pés, a
agilidade da língua - que nos induzem
a um reconhecimento mútuo como
pessoas. Mas somos humanos também
em um outro aspecto - o de sermos
constituídos por multidões. Mais
precisamente, nossos corpos são
agregações compostas por cerca de
100 trilhões (100.000.000.000.000)
de células em cujo núcleo há DNA
de Homo sapiens, e esse fato nos
define como humanos. No entanto,
em nossos corpos habitam até o
dobro (200.000.0o0.000.00o) de
células de organismos não humanos
(principalmente bactérias). Em torno
de um quilo, um quilo e meio de
nosso peso na balança corresponde
a esses componentes inumanos de
nosso ser, sem os quais não seríamos
funcionalmente completos,
e não poderíamos sobreviver.
Nossa individualidade tem assim
uma dupla dimensão: pertencemos a
um ambiente, e somos um ambiente.
Somos parte de um entorno dinâmico de
matérias e organismos, um ecossistema,
a partir do qual nos sustentamos, pois
é pela integração a esse sistema que
respiramos e nos nutrimos, produzimos
artefatos e resíduos, conversamc
e socializamos. Mas cada um de
nós é também um ecossistema em
si próprio, igualmente dinâmico, e
inteiramente singular - os conjuntos de
micro-organismos convivendo em cada
um de nós, os nossos microbiomas, têm
distribuições únicas de espécies, sendo
bem mais distintos entre si que nossas
impressões digitais.
O conceito central aqui é, então, o
reconhecimento de que pertencemos
externamente a um ecossistema, e
somos internamente um ecossistema.
Somos indivíduos porque somos
divíduos, porque somos muitos.
A Biologia contemporânea reforça,
e amplia, essa visão profunda de
nós mesmos.
Luiz Alberto Rezende de Oliveira é físico, doutor em Cosmologia, foi pesquisador do Instituto de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica (Icra-br) e do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CNPF). É curador do Museu do Amanhã.
Marcello Dantas, carioca, designer, curador de exposições e diretor de documentários desde 1986. Formado em Cinema e Televisão pela New York University, e pós-graduado em Telecomunicações Interativas pela mesma universidade. Estudou História da Arte e Teoria do Cinema em Florença na Itália e Relações Internacionais e Diplomacia em Brasília Sua atividade é amplamente multidisciplinar onde os trabalhos artísticos, curadoria, a direção e a produção se convergem em áreas diversas, mas norteadas pelo encontro da Arte com a Tecnologia. Seus trabalhos se concentram na potencialização de conteúdos históricos com uma gramática altamente imersiva onde a sensorialidade e a percepção são enfatizadas.
Nas artes cênicas, Ópera Mundi no Maracanã, o balé Floresta Amazônica de Dalal Achcar e a peça "Uma Noite na Lua" de João Falcão, com Marco Nanini. Como curador de exposições de arte se destacam as de Bill Viola, Gary Hill, Jenny Holzer, Shirin Neshat, Laura Vinci, Tunga, Peter Greenaway e Tempo Inoculado no Brasil.
Entre suas grandes exposições históricas se destacam: Antes – Histórias da Pré História (2004) e Arte da África (2003), no CCBB, 50 Anos de TV e + (2017), na Oca do Parque do Ibirapuera, Paisagem Carioca (2000), no MAM do Rio, De Volta à Luz e a Escrita da Memória, no Instituto Cultural Banco Santos, e Mano a Mano no Centro Cultural de la Villa de Madrid. Em 2018 foi o curador da primeira exposição de Ai Weiwei no Brasil, a exposição Ai Weiwei Raiz, na Oca do Parque Ibirapuera. Desde 2014 é curador da Bienal de Vancouver, Canadá, voltada à arte pública.
