



2021 Acrílica e spray sobre cilindro de concreto em base de madeira e caixa de acrílico 20cm x 20cm R$ 1.200
“O fazer artístico se dá como um constante exercício de sensibilidade, pensamento e ação.”
…Como diria Mikhail Bakhtin, filósofo Russo do século XIX, ele “entende a atividade estética como ato ético diante do mundo, em rígida oposição à concepção da arte como expressão psicológica de um mundo supostamente interior do artista”. Para Bakhtin, “não há álibi para a existência, isto é, não é possível negar o fato de que assumimos um lugar único no mundo, de onde somos convocados eticamente a responder a esse mundo”. Em outras palavras, não é possível dizer “não, eu não estava lá”, pois é precisamente o fato de “estar lá” que nos permite, inclusive, dizer qualquer coisa. Porque existimos e somos particulares, não somos dados ao luxo de sermos indiferentes. Ao contrário, temos a responsabilidade de responder à existência, e essa “respondibilidade” se articula precisamente em atos (pensamentos-atos, movimentos-atos, criações-atos).
Duração do vídeo 4:05min
Em Bakhtin, portanto, ser é agir: “É preciso pensar e é preciso agir”. Bobi tem relação estreita com a ação. Bobi age. Sempre espalhando rostos incógnitos pelas ruas desta cidade dita maravilhosa, agora, neste momento tão triste e difícil, resolve quebrar paradigmas identificando seus rostos. Homenageando artistas queridos como Abraham Palatnik, Daisy Lúcidi e Gésio Amadeu que nos deixaram por conta da pandemia da COVID-19.

2019 Acrílica e spray a base d’água sobre tela 70cm x 80cm R$ 5.200
A exposição junta uma série de obras de Bobi, que seguem uma linha de registros. De sua trajetória, dos encontros, das mazelas presenciadas… Memórias. Encontramos reunidas no mesmo espaço, representações potentes de momentos variados. Desde ações humanitárias no exterior, até registros de carinho e empatia em comunidades cariocas.
Enfatizamos que Carlos Bobi, em seu fazer artístico, age. Age movido pelo campo relacional e pela troca de experiências com as pessoas que encontra. Suas artes representam o afeto-em-movimento.
⠀⠀
… venham conferir a exposição “Memórias” virtualmente. Basta visitar o link da bio da @umida_arte. Aproveite, Curta e compartilhe 💧
Duração do vídeo 1:48mim

2020 Acrílica e spray a base d’água sobre tela, grafite e pastel oleoso 98 cm x 78 cm R$ 5.200

2020 Acrílica e spray a base d’água sobre tela 30cm x 60cm R$ 3.000 cada
Ficha Técnica
Curadoria: Liesel Rosas (@lieselrosas.art)
Design e Iluminação Expográfica: Úmida Arte
Design Gráfico: Rafael Carvalho (@rafa.prisco)
Produção e Edição do Vídeo: Ellos vídeo (@__ellos)
Realização: Úmida Arte
Apoio: Unlimited Ideas (@unlimitedideas) e Inspiração Consciente (@inspiracaoconsciente)

TEXTO CURATORIAL
Bobi e Memórias: Circulações afetivas, Materialidade do encontro.
Carlos Bobi é reconhecido no Rio de Janeiro e internacionalmente por seus trabalhos de street art e sua pintura experimental que mistura o realismo e abstrato, nos quais retrata o rosto humano e suas feições. Pessoas. Sempre resgatando a memória física de momentos e encontros que vivenciou. Seu processo artístico teve início com o pixo, no intuito de ser “visto e ter voz na sociedade”. Após esse período foi para o grafite e, das ruas para o ateliê. Bobi participou de inúmeros eventos e feiras nacionais e internacionais, pintando diversos murais e postes no Rio de Janeiro, e em outros estados do Brasil, além de participações em Las Vegas, Milão e outras grandes cidades. Um de seus projetos mais relevantes é o Meeting of Favela, o MOF, um grande encontro de grafiteiros, aonde participou como um dos organizadores.
... O fazer artístico se dá como um constante exercício de sensibilidade, pensamento e ação. Como diria Mikhail Bakhtin, filósofo Russo do século XIX, ele “entende a atividade estética como ato ético diante do mundo, em rígida oposição à concepção da arte como expressão psicológica de um mundo supostamente interior do artista”. Para Bakhtin, “não há álibi para a existência, isto é, não é possível negar o fato de que assumimos um lugar único no mundo, de onde somos convocados eticamente a responder a esse mundo”. Em outras palavras, não é possível dizer “não, eu não estava lá”, pois é precisamente o fato de “estar lá” que nos permite, inclusive, dizer qualquer coisa. Porque existimos e somos particulares, não somos dados ao luxo de sermos indiferentes. Ao contrário, temos a responsabilidade de responder à existência, e essa “respondibilidade” se articula precisamente em atos (pensamentos-atos, movimentos-atos, criações-atos).
Em Bakhtin, portanto, ser é agir: “É preciso pensar e é preciso agir”. Bobi tem relação estreita com a ação. Bobi age. Sempre espalhando rostos incógnitos pelas ruas desta cidade dita maravilhosa, agora, neste momento tão triste e difícil, resolve quebrar paradigmas identificando seus rostos. Homenageando artistas queridos como Abraham Palatnik, Daisy Lúcidi e Gésio Amadeu que nos deixaram por conta da pandemia da COVID-19.
Movido pelo campo relacional, e, portanto, presencial, as experiências “ao vivo” nas ruas do Jardim Botânico e outros bairros, representam o afeto-em-movimento do artista com outros artistas.
Carlos Bobi, às margens do Rio Cabeça, na Galeria Úmida, na exposição Memórias mostra algumas de suas obras produzidas a partir de 2016. “Dedicação” trata-se de uma releitura de registros fotográficos, enviado pela fotógrafa Mara Jane, de uma ação humanitária no Haiti em 2018. Da Série Coadjuvantes temos “Menó”, termo utilizado nas comunidades como linguagem periférica que significa menor. O registro foi feito pelo próprio artista na entrega de cestas básicas, fazendo então fotos da família beneficiada. A obra “Menó” é uma pintura da face da criança da família, que passa de Coadjuvante a Protagonista. E mais obras produzidas recentemente no ano fatídico de 2020 com títulos “Isolamento Social” e “Sossego ao Caos” e por fim contamos com o vídeo das artes que homenageiam artistas que morreram durante a maior crise sanitária e hospitalar da nossa história.
Liesel Rosas Curadora
MEMÓRIAS
A Úmida orgulhosamente apresenta a primeira exposição do artista Carlos Bobi em sua casa, “MEMÓRIAS”. Respeitando o momento em que vivemos e a saúde de todas e todos, mergulhamos no desafio de criar experiência virtual sem perder a potência da matéria física.
A virtualidade da exposição nos leva diretamente para o título da mesma, “Memórias”, uma palavra muito importante no vocabulário do artista Carlos Bobi, uma das funções mais complexas de nosso cérebro, acúmulo de momentos vividos, guardados como pedras preciosas, como informações virtuais que se tornam visíveis através das mãos poderosas e minuciosamente estudadas do artista.
São anos de uma profunda pesquisa diante do figurativo, o que fez Bobi se tornar referência nacional e internacional na representação do corpo humano na arte de rua, um dos grandes nomes do realismo do graffiti, movimento que foi sua escola, faculdade, mestrado, doutorado...
A pesquisa de Bobi pelo corpo humano se aprofundou na face humana, nas expressões do rosto, nas emoções e em cada desenho de sentimento que somos capazes de imprimir com nossos músculos da face.
Aos poucos Bobi foi além, apagou os olhos, enxergar já não era mais necessário para quem pinta com a alma. A boca, e o nariz, começaram a dar vida a objetos inanimados, tudo que Bobi tocava ganhava vida e sentimento. Mais que isso, Bobi resgatava a memória de todos e tudo que viveu. Cada pessoa que tocou sua memória começava a ganhar vida em suas telas, em seu trabalho na rua, em sua manifestação artística.
Veio a pandemia, e quase que por premonição, Bobi hoje nos apresenta o que está por debaixo das máscaras, aquilo que não vemos mais, as feições que hoje escondemos e que nos fazem tanta falta.
O trabalho atual de Bobi lê o sentimento, que antes era impresso na face de seus personagens, hoje é materializado em gesto e cor, o artista se depara com o infinito da pintura abstrata e sua criação ganha ainda mais força e campo de pesquisa.
“MEMÓRIAS” é o nome certo para esse recorte da carreira do artista Carlos Bobi, com quadros que mostram sua trajetória e trazem toda potência de seu trabalho até os dias atuais, passando pelo desafio pandêmico.
Bobi nos presenteia com mais, além de telas o artista cria esculturas, traz para dentro da Úmida a memória concreta de seu trabalho urbano. Foi nas ruas repletas de pinturas que Bobi se destacou por ir além, e ver o que ninguém enxergava, pintar o que ninguém queria. Seu trabalho ganhou os postes da cidade, transformando eles em pessoas de sua memória, transformando espaços em homenagens a quem não está mais aqui neste plano. Os postes pintados por Carlos Bobi se transformaram em escultura na exposição “Memórias” e agora de maneira inédita podem fazer parte da casa de seus admiradores.
Convidamos a todas e todos a embarcarem nesse infinito que é “Memórias” de Carlos Bobi, na Úmida Arte.

⠀
#umidaarte#arterj#artebrasil#artbrasil#expoart#carlosbobi#bobimemorias

