
O BRASIL tem uma história muito peculiar de formação de seu sistema de arte, principalmente se comparamos às demais ex-colônias portuguesas, hispânicas, holandesas, alemãs, belgas, inglesas e francesas. Com a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, o Brasil foi a única colônia a virar sede do reino. Portanto, em 1808, o Rio de Janeiro que na época era capital do Brasil se tornou também capital de todo o reino de Portugal. Essa mudança favoreceu o estabelecimento das principais instituições de formação e consagração artística do país, por muitos anos sem paralelo na América do Sul.
Sendo o Rio de Janeiro Patrimônio Mundial no Brasil e a paisagem carioca a imagem mais explícita,que podemos até chamar de civilização da alma brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e suas inúmeras possibilidades, esta cidade chamada acertadamente de cidade maravilhosa, possui como é do conhecimento de muitos, uma grande quantidade de Museus e Centro Culturais, mas hoje abordaremos a arte de rua, mais especificamente o grafite.
No momento em que nossa cultura e arte é drasticamente massacrada e oprimida, sem incentivos financeiros, e diante do que vivemos no último ano, praticamente todo ele em isolamento social por conta da pandemia do Corona Vírus, e é exatamente por conta de todo esse clima de caos que neste espaço focaremos nas iniciativas positivas, inclusivas e inspiradoras.
Gostaria de apresentar a vocês o Morro pela Arte Viva, trabalho desenvolvido a partir dos Grafites do Morro da Rocinha situado no bairro de São Conrado – Rio de Janeiro. A Favela da Rocinha é a maior da América latina com cerca de 150 mil moradores, e seus moradores elegeram a arte como um ponto de união e de manifesto político. Trata-se de um levantamento no local junto com grafiteiros, moradores da comunidade, com o objetivo da criação de um Banco de Imagens. A partir daí foi desenvolvido junto com os artistas e afins o CEVIR – Centro Cultural Virtual Grafites da Rocinha. Esse Centro Cultural Grafites da Rocinha é apresentado ao mundo no Instagram de mesmo nome @morropleaarteviva.

O Morro pela Arte Viva pretende fortalecer a arte como instrumento político e pacificador da comunidade. Obras de dezenas de artistas transformam um bairro carente da cidade em pujante área cultural e turística.
Pretende-se com esse trabalho chamar a atenção para os artistas da Rocinha que apesar de viverem com uma convivência muito próxima a violência e outros problemas de ordem urbanísticas, através do Grafite, uma arte inicialmente transgressora, emitem constantemente suas críticas sociais e promovem a inclusão social e a cultural da favela. Portanto, vamos divulgar a riqueza humana, intelectual e emotiva da comunidade da Rocinha.
A arte de rua é uma arte efêmera. A partir do momento que é entregue, o mural passa a ser da cidade e de quem vive nela, transformando o espaço público em uma grande galeria à céu aberto.
Os grafiteiros que fazem parte do Morro pela Arte Viva são:
Malu Vibe, Japonês Preto, Alex Businaro, Ella Betheo, Emily, Handerson Chic e Mandeley, além dos grafiteiros Wark Rocinha e Smael Vagner. O grande inspirador Mauricio Soca Fagundes, Orientador Hugo Houayek, Fotográfo Paulo Marcos Lima, Cineasta e gestor do Instagram João de Castro Lima e a idealizadora Liesel Rosas.
Arte de Rua uma Arte para Todos. Convido vocês a desfrutarem do @morropelaarteviva.
LIESEL ROSAS
PRODUÇÃO | CRÍTICA | CURADORIA

