

Barbara Hepworth
Wakefield, Yorkshire, Inglaterra, 1903
Saint Ives, Cornwall, Inglaterra, 1975
Contemporânea e amiga de Henri Moore desde que estudaram na Escola de Arte de Leeds, sua primeira fase, ainda com fortes referência à natureza, foi influenciada pelo escultor Jonh Skeaping, seu primeiro marido. Viveu por três anos na Itália (de 1924 a 26) desenvolvendo um trabalho de esculturas em madeira, pedra e metal. No princípio dos anos 1930, viveu na França, sofrendo influência das obras de Brancusi, Mondrian e Arp, perceptível na abstratização e na simplificação de seus trabalhos.
Obras de destaque:

Uma de suas obras de escultura mais famosas é a 'Forma Única', que é feita na memória de sua amiga e colecionadora de suas obras, o ex-secretário geral da ONU Dag Hammarskjöld. Atualmente, a escultura fica na praça do prédio das Nações Unidas na cidade de Nova York.

Barbara Hepworth, Pélagos, olmo, cordas e pintura sobre base de carvalho, 43 x 46 x 38,5 cm, 15,2 kg, 1946, Conservada na Tate, em Londres, Reino Unido.
O título Pélagos faz alusão a origem da ideia da escultura, pois, em grego, a palavra significa “mar aberto”.
A escultura da artista britânica Barbara Hepworth atrai a atenção do espectador por sua beleza harmônica e dinamismo . Apesar de se tratar de uma obra abstrata, como a maior parte da produção da criadora, que mergulhou ainda mais na abstração após seu casamento com Ben Nicholson, a inspiração de sua forma veio das curvas da baía de Sr. Ives, na Cornualha, para onde ela se mudou em 1939, e que inspirou muitas de suas obras do período, consideradas dentre suas melhores, inclusive por ela mesma. A peça foi esculpida em um único pedaço de madeira usando um cinzel, um instrumento de metal com uma de suas extremidades bastante afiada, que o escultor usa para remover material.
O que vemos, então, é uma representação tanto da forma da baía, na qual duas faixas de terra envolvem o mar – a madeira como a terra e o interior azul claro como o mar -, quanto de uma concha, uma colina ou das ondas do mar revolto e gélido da região. Kate Doherty, ainda, sugeriu que a forma da escultura faria alusão ao útero e à maternidade. O azul claro, quase branco, na parte de dentro da forma circular, representa a espuma que as ondas formam em seu ápice, antes de quebrarem. Essa tensão do ápice também é mostrada através das cordas retesadas, que lembram um instrumento musical, e, segundo a artista são a expressão da “tensão que sentia entre mim mesma e o mar, o vento e as colinas”.
A obra é bastante próxima de outra escultura do período, que também possui cordas retesadas fixadas à madeira, de título Onda.

Barbara Hepworth, Onda, madeira, cordas e pintura sobre base de carvalho, 30,5 x 44,5 x 21 cm, 1943. Conservada na National Galleries of Scotland, em Edimburgo, Reino Unido.
Assim, podemos perceber que além da abstração, há toda uma gama de sentimentos e percepções da artista em relação ao mundo externo e seu mundo e interno; emoções que o espectador percebe aos poucos ao se deparar com a obra. Hepworth se interessava pelo movimento metafísico e religioso chamado de Ciência Cristã e sua ênfase no espiritual sobre o material, além de pela psicologia, o que claramente influenciou sua prática artística.

Bárbara Hepworth
Ela foi uma das escultoras feminina mais influentes no mundo da arte, mas apesar disto ela não teve o mesmo renome que Henry Moore, e suas esculturas com abertura tiveram influência nas obras de Henry Moore.
Ela começou na Leeds School of Arts onde começou estudando escultura e continuou na Royal Academy of Arts em Londres. Depois em 1924 a 1927 ela viveu em Florença onde se interessou pela escultura etrusca e romântica. E por lá na Itália se casou com o escultor John Skeapking, seu primeiro marido. Ela aprendeu a técnica “escultura direta” em Roma, técnica também utilizada por Henry Moore. Ela tinha uma diversidade de materiais como pedra em todas as formas, tons alabrasto e madeiras como teca, ébano, plátano, mogno, sequoia, birmanesa, pau-rosa, e também o bronze. Suas esculturas residem nas formas convexas e côncovas, entre o vazio e o cheio.
No início suas primeiras esculturas tinham como tema os animais onde ela pode abordar o minimalismo que a libertou das restrições da tradição figurativa e a permitiu criar seus trabalhos nos limites da abstração, como por exemplo,
Doves (1927).
Ela também trabalhou a forma humana no início de 1930, os corpos agachados e pesados da suas esculturas mostram seu interesse pela chamadas obras primevas.
Ela e seu segundo marido Ben Nicholson, pintor, eles estavam envolvidos no mundo da arte em constante evolução de Hampstead a Paris. Em 1933 ela se tornou membro do grupo Abstraction-Creation com Arp, Gropius, Le Corbusier, Helion, Mondrian. Em 1933 participou da “unidade um” com Henry Moore. Neste período ela conheceu Picasso, Brancusi, Giancometti em Paris. Suas obras de formas esburacadas com uma ou mais aberturas as quais inspiraram Henry Moore, se tornou um traço no trabalho da Bárbara Hepworth e a levou a explorar materiais que reagem a luz e a formas geométricas.
“O escultor esculpe porque precisa”
Bárbara Hepworth (1903-1975)
Pesquisa: Raquel Saliba, ceramista e escultora

