BURLE MARX e o Tempo Completa – Exposição pode ser vista na Casa Roberto Marinho até fevereiro de 2022.

Sigo torcendo para que nossos governantes consigam minimamente manter e cuidar de nossos Parques e Praças para que o traçado de Burle Marx não desapareça. Desfrutem um pouco da exposição, e se possível, visitem!!!!!
Detesto Fórmulas. Gosto de Princípios.
Roberto Burle Marx
A Casa Roberto Marinho se associa ao Instituto Burle Marx na primeira exposição de seu inestimável acervo.
Data de 1938 a primeira relação profissional entre os dois Robertos, por ocasião da feitura do jardim da residência do jornalista no Cosme Velho. Foi um dos primeiros trabalhos residenciais de Burle Marx que, naquele exato momento, concebia o paisagismo do Ministério da Educação e Saúde, atual Palácio Gustavo Capanema. Indiscutível obra-prima que assinala a adaptação aos trópicos do projeto internacionalista de Le Corbusier. Com as curvas dos jardins, as sinuosidades das divisórias internas e a solução volumétrica de entrecruzamento de seus blocos, Burle Marx, Lucio Costa e Oscar Niemeyer evitaram que o edifício fosse apenas mais uma de tantas importações europeias entre nós. Ali começou, em grande escala, o Modernismo carioca e brasileiro.
A Casa de Stella e Roberto Marinho situa-se na última franja da Floresta da Tijuca; a adaptação ao local envolveu o transplante e uso de espécimes locais numa transição entre o bosque e o jardim. Destaca-se a presença da água e de seu rumor na fonte e no próprio curso do rio Carioca. Não se trata de uma obra para rápida contemplação visual e, sim, um espaço amistoso para permanência, deslocamento e fruição dos sentidos.
A presente exposição assinala o registro de quase nove décadas de trabalho do paisagista e de seus colaboradores. Materializa, ainda, a exemplar transformação dos arquivos particulares em acervo do Instituto, permitindo o seu compartilhamento com a sociedade. A existência organizada dessa coleção muito se deve ao próprio Roberto Burle Marx, mas, em igual medida, ao zelo de Haruyoshi Ono, José Tabacow, Fátima Gomes, Júlio Ono, Gustavo Leivas e, agora, de Isabela Ono, minha parceira na curadoria e diretora executiva da recém-criada instituição. Em tempos sombrios o registro da persistência da criação e do posicionamento contra a destruição de nossas riquezas naturais é um grande alento e incentivo para todos.
“O Tempo Completa”, dizia nosso homenageado sobre a participação orgânica das espécies na criação da beleza. Mas, também, nos alertava que os lentos processos da milenar natureza podem ser destruídos em simples horas pela ignorância e ação mecânica violenta.
O acervo exibido deve ser tomado como uma oração ao tempo, de modo que dele sejamos parceiros em nossa passagem no planeta. E o Instituto consolida, junto com o Sítio Burle Marx e o conjunto de obras espalhadas por vários continentes, o legado que esse extraordinário brasileiro nos deixa.
Lauro Cavalcanti | Diretor-Executivo Instituto Casa Roberto Marinho
Burle Marx: clássicos e inéditos
ENTREVISTA EM ÁUDIO:

FOTOS DA EXPOSIÇÃO



Trajeto da Expedição da Amazônia em 1983












PINTURAS:
E aqui algumas pinturas feitas todas a óleo sobre tela entre os anos de 1931 a 1970



BIO RESUMIDA:
Roberto Burle Marx –
Brasileiro, nasceu em 4 de agosto de 1909 em São Paulo, se mudou aos 7 anos para o Rio de janeiro, estudou na Escola de Belas Artes, fez mais de 3.000 mil Jardins pelo Brasil e em outros países. Tendo como principais trabalhos os jardins do Aterro do Flamengo no Rio de janeiro, o paisagismo do Eixo Monumental em Brasília, o Parque do Ibirapuera em São Paulo e a Praça de Casa Forte no Recife. Ele organizou inúmeras expedições, sendo responsável pela descoberta de novas espécies. Mais de 30 plantas levam seu nome.
Burle Marx era um ser múltiplo, foi o mais renomado Paisagista Brasileiro, arquiteto, Pintor, Ceramista, Designer, Escultor, Cantor. Um homem alegre, com compromisso com as pessoas, a natureza e a vida.
Morou grande parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão localizados seus principais trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada por todo o mundo. É no Rio de janeiro que Burle Marx adquiriu o Sitio Santo Antônio da Bica, em Guaratiba, hoje conhecido como Sitio Roberto Burle Marx e sob a direção do IPHAN. O sítio era usado como espaço de aclimatação de plantas e hoje possui mais de 3.500 espécies de plantas diferentes.
Após essa trajetória instigante, emocionante e esplendorosa, Burle Marx nos deixou em 4 de junho de 1994, e hoje podemos desfrutar de todas essas maravilhas de parques, jardins, praças que podem ser vistas pelo mundo todo.

